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A ferida emocional da rejeição: Origem e abordagem terapêutica de Lise Bourbeau.

Foto do escritor: Edla  Santa BrígidaEdla Santa Brígida

A ferida emocional da rejeição é uma das cinco principais feridas emocionais, segundo Lise Bourbeau, autora e terapeuta conhecida por suas contribuições no campo do desenvolvimento humano e da psicologia emocional.


Bourbeau explora, em suas obras, a ideia de que certos traumas de infância, como a rejeição, têm impactos duradouros na vida adulta, moldando a personalidade, as escolhas e a qualidade dos relacionamentos. A ferida de rejeição é criada geralmente nas primeiras interações familiares, principalmente quando a criança não se sente aceita ou valorizada pelos pais ou cuidadores, formando um padrão emocional de exclusão e desvalorização.



De acordo com Bourbeau, essa ferida tende a surgir muito cedo, muitas vezes ainda no útero ou nos primeiros anos de vida, e está ligada ao sentimento profundo de não ser desejado ou aceito. Essa sensação de rejeição, quando experimentada durante a infância, se torna uma marca emocional que influencia a autoestima e a maneira como o indivíduo vê a si mesmo e os outros. Em geral, aqueles que carregam essa ferida desenvolvem uma autopercepção negativa e um medo constante de serem abandonados ou rejeitados, afetando a confiança em suas próprias capacidades e o sentimento de pertencimento.


Para lidar com a dor da rejeição, muitas pessoas desenvolvem uma “máscara” de fuga, termo usado por Bourbeau para descrever os mecanismos de defesa que o indivíduo cria para se proteger do sofrimento emocional. Essas pessoas tendem a evitar situações que as coloquem em risco de rejeição, preferindo manter-se isoladas ou evitando vínculos emocionais profundos. Esse padrão de comportamento, que se reflete em retração social e autoexclusão, contribui para uma autossabotagem emocional e para dificuldades em estabelecer laços afetivos saudáveis.


O impacto da ferida de rejeição é profundo e se manifesta em diferentes áreas da vida. No trabalho, por exemplo, pessoas com essa ferida podem evitar posições de destaque, por medo de serem criticadas ou rejeitadas. Nos relacionamentos, podem apresentar inseguranças que as levam a acreditar que não são suficientemente boas, o que pode resultar em atitudes de submissão, codependência ou até isolamento emocional.


A terapia para a ferida de rejeição começa pelo reconhecimento e validação dessa dor emocional. Lise Bourbeau sugere que é essencial tomar consciência da “máscara” de fuga, que esconde o medo da rejeição, para iniciar o processo de cura. Esse autoconhecimento permite que o indivíduo enfrente o medo da rejeição e comece a reconstruir sua autoestima e autoconfiança. No contexto terapêutico, abordagens como a hipnoterapia são úteis para acessar memórias inconscientes e ressignificar experiências passadas, promovendo a liberação de crenças limitantes sobre o próprio valor.


A autocompaixão é uma técnica poderosa nesse processo de cura, pois ajuda a substituir a autocrítica pela aceitação de quem se é. O desenvolvimento de uma autoestima sólida permite que a pessoa supere a dependência de aprovação externa, conquistando uma independência emocional saudável. Outra prática valiosa é o mindfulness, que auxilia o indivíduo a estar presente e a não julgar suas experiências emocionais, permitindo que ele aprenda a acolher-se com gentileza.


Enfrentar e tratar a ferida emocional da rejeição é essencial para criar relações equilibradas e construir uma vida emocional mais saudável. O processo de cura, segundo Bourbeau, envolve aceitar e integrar as partes rejeitadas da própria personalidade, transformando a dor da rejeição em uma fonte de autoconhecimento e fortalecimento pessoal. Ao lidar com essa ferida, o indivíduo descobre um novo sentido de pertencimento, autoestima e segurança interior, promovendo o crescimento e o bem-estar emocional de forma duradoura.

 
 
 

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